A psicultura como saúde e sustentabilidade
“A
feição deles
é serem pardos, [...] avermelhados, de bons
rostos, bons narizes, bem-feitos.”
Descrição dos índios brasileiros na carta de PERO VAZ DE CAMINHA
Quando os portugueses
chegaram ao continente americano, logo se deram conta de que, como Caminha
descreveu, esbanjavam saúde e
boa forma, ao contrário do
usual no
continente europeu. No entanto, o estilo de vida saudável estava conectado, além de outras coisas, à soberania alimentar por eles instituída, a qual lhes conferia os nutrientes necessários não somente advindos das variadas espécies vegetais, mas também da dieta
fundamentada no consumo dos animais aquáticos.
Nesse aspecto, vale
salientar os muitos benefícios
ao se ingerir tais alimentos por serem uma fonte de proteínas e gorduras boas, como o ômega 3, que aumenta a produção das células de defesa do organismo, fortalecendo o sistema imune. Além disso, ele é rico em vitamina C e vitamina E, que contém propriedades anti-inflamatórias, protegendo o sistema imunológico de possíveis inflamações. Contudo, a abrangência de sua
ação não se restringe apenas ao citado, mas também o seu consumo pode diminuir
o risco de doenças cardíacas, contribuir para o desenvolvimento
cerebral, regeneração das células nervosas, ajuda a formar os tecidos,
previne doenças ósseas e
combate a anemia. Diante disso, nota-se os muitos benefícios de uma refeição
que contenha o grupo mais numeroso e diversificado dos vertebrados.
Outrossim, um caso especial é a tilápia, um peixe nutritivo e ótimo para quem busca perder peso. Ademais, o seu preço relativamente acessível e presente em abundância faz dessa variedade alvo perfeito para cumprir com os requisitos tanto do corpo, quanto do bolso. Dessa forma, tilápia é rica em proteínas com pouca gordura, diferente de outras fontes mais comuns do macronutriente, como a carne bovina e o frango.
Segundo a
nutricionista Anete Mecenas, quando comparada com outros peixes, ela é uma das mais ricas nesse nutriente e apresenta um valor calórico menor, o que permite, dentro de um
consumo alimentar equilibrado, acelerar o nosso gasto energético e contribuir para a redução de peso. Ademais, o peixe é facilmente digerido, o que faz dele um prato ideal para ser consumido nas
altas temperaturas da primavera e verão brasileiros.
Com tantos
benefícios, torna-se difícil ignorar a essencialidade do fomento do seu
consumo. Assim, vale ressaltar que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), o Brasil consume apenas 9,5 kg de peixe ao ano, enquanto
a média mundial é de 20 kg/habitante/ano, 47% a mais que os brasileiros.
Contudo, tais evidências constataram com a faixa litorânea nacional de 7491 quilômetros de extensão, além de possuir maior quantidade de água doce do mundo, com 12% do total existente no
planeta, ambiente pelo qual deveria ser fecundo a produção de tais animais.
Portanto, opções como a piscicultura evidenciam a fundamentalidade da maior oferta dos produtos para que se otimize a procura, a qual está em decadência no país, em divergência com a rotina dos nativos, fazendo do país um anacronismo histórico e ambiental, visto que, embora haja – naturalmente – meios para maximizar o consumo de peixe, o desmatamento é recorrente visando maior território para a agropecuária. Dessa forma, a agroecologia – mais uma vez – ressalta importância ambiental e o equilíbrio dos ecossistemas, contrariando o convencional e revelando-se contra a padronização degradante de todas as formas de vida.
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